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Novo teste de HPV no SUS é ‘inovador’ e pode antecipar em 10 anos diagnóstico de câncer
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Publicado em 09/03/2024

Ministério da Saúde anunciou, nesta semana, substituição do exame conhecido como ‘Papanicolau’ por tecnologia mais precisa

Reprodução (Agência Brasil)

Diariamente, 16 mulheres morrem por câncer de colo de útero no Brasil, com idade média de 45 anos

O Ministério da Saúde (MS) anunciou que um novo teste para detecção de HPV em mulheres será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a pasta, o teste é inovador e utilizará testagem molecular para detecção do vírus e rastreamento do câncer do colo do útero, além de poder antecipar os diagnósticos em 10 anos.

 

O ginecologista e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Júlio César Teixeira, conduz há seis anos um programa de rastreamento de HPV que utiliza o teste, em vias de ser disponibilizado na rede pública.

 

Em entrevista à Agência Brasil, o médico explicou que a proposta é que o teste substitua o exame conhecido como “Papanicolau”.“É um teste feito por máquina, ou seja, tem um erro próximo de zero, enquanto o Papanicolau tem muitas etapas onde há muita interferência humana”, declarou.

 

Segundo Teixeira, a tecnologia permite que a testagem seja feita apenas de cinco em cinco anos; intervalo maior do que o rastreio feito pelo Papanicolau, a cada três anos.

 

Ainda de acordo com o ginecologista, a relação da infecção por HPV com alguns tipos de câncer – colo de útero, de boca, na vulva, no pênis e no ânus – pode ser melhor enfrentada, aliando o novo tipo de testagem do HPV com a vacinação precoce em adolescentes de até 15 anos.

 

Dados atuais indicam que, todos os dias, 16 mulheres morrem por câncer de colo de útero no Brasil; uma a cada 82 minutos, com idade média de 45 anos. “Isso poderia ser evitado. Esse é o nosso foco”, afirmou o médico.

 

Importância da imunização em crianças

Sobre a resistência de alguns pais à vacinação das crianças, o professor esclarece: “O objetivo da vacinação não é prevenir uma infecção sexual ou liberar um adolescente para o início da vida sexual.

 

O objetivo é prevenir câncer. Eu sou da Unicamp e estou tratando gente internada, mulheres de 30 a 35 anos, com câncer avançado, em estágio bem avançado e muito ruins, que estão para morrer. Toda semana a gente vê isso. E poderia ser evitado com essas ações de vacinação e de rastreamento periódico”.

 

Teixeira também falou sobre a importância de vacinar meninas e meninos, abaixo dos 15 anos de idade. Segundo o médico, em países onde a imunização contra o HPV começou em 2004 (10 anos antes do que no Brasil), já não há mais casos de câncer provocados pelo HPV.

 

“O câncer vai sumindo e nós vamos poder investir o dinheiro economizado e as vidas economizadas em outras ações para o país”, enfatizou.

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