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Polícia Civil realiza mutirão para ouvir vítimas de 'faculdade falsa' em Oeiras
Notícias
Publicado em 12/07/2024

Operação Último Baile investiga grupo criminoso cujos integrantes se passavam por representantes de instituição de ensino superior e que pode ter lesado mais de mil pessoas

Divulgação Polícia Civil

Polícia Civil realizou mutirão para ouvir vítimas da falsificação em Oeiras do Pará

A Polícia Civil (PC) realizou na última quinta-feira (11/07) um mutirão para ouvir 43 vítimas da associação criminosa, que se fazia passar por representantes da Universidade Paulista (UNIP), em Oeiras do Pará.

 

Os criminosos fingiam ser representantes da instituição de ensino e criaram polos criados nos municípios de Oeiras e Curralinho, no arquipélago do Marajó, no interior do Pará.

 

A PC investiga desde junho o caso na Operação Último Baile.

 

As vítimas ouvidas se formaram ou estavam estudando no Polo Piriá, localizado na Vila Piriá, na zona rural do município de Limoeiro do Ajuru. Na semana passada, também foi realizado um mutirão no Polo Itaucu, onde funcionava outra unidade da falsa Universidade.

 

“Agora nosso principal objetivo está sendo identificar e ouvir as vítimas. Estimamos que algo em torno de mil pessoas possam ter sido lesadas, além do mais, também estamos tentando, identificar qualquer outro coautor ou partícipe que tenha contribuído neste crime que prejudicou tanto dos alunos da região do Marajó”, declarou o delegado de Oeiras do Pará, Brivaldo Alves Júnior.

 

Por meio de nota, a Universidade Paulista (UNIP) confirmou que os polos, objeto da operação policial, não pertencem à UNIP. A instituição informou ainda que os polos da UNIP são todos cadastrados no e-mec e no site da instituição para consulta pública.

 

"A UNIP está averiguando a situação e tomará as devidas providências legais, seguindo à disposição da autoridade policial para contribuir no que for necessário", completa a nota.

 

Entenda a operação

A Operação Último Baile foi deflagrada no dia 21 de junho de 2024, às 6h30. A Polícia Civil vinha investigando o caso há cerca de um mês por uma equipe da Delegacia de Polícia de Oeiras do Pará. Naquele momento, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Oeiras do Pará, Belém e Curralinho.

 

A operação visou desarticular uma associação criminosa que criou polos de educação a distância falsos com a logomarca da Universidade Paulista (UNIP) e vinha "formando" alunos desde 2017. O chefe do esquema, Livaldo de Almeida Amaral, foi preso em flagrante com documentos falsos e por estelionato na deflagração da operação. Ele fundou o primeiro polo na localidade Monte das Oliveiras, Rio Itaucu, Oeiras do Pará.

 

De acordo com as investigações, ele se apresentava como coordenador regional da UNIP em diversas comunidades da região do Marajó. O grupo angariou centenas de alunos ao longo dos anos e, ao final, entregavam certificados falsos da faculdade. 

 

Os polos promoviam cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas, incluindo Pedagogia e História. No total, eram ofertados cerca de 60 cursos de pós-graduação em diversas áreas. Vale ressaltar que as investigações apontam que há várias vítimas que estão exercendo as profissões de forma ilegal pela região do Marajó.

 

A Polícia Civil descobriu cinco polos ilegais: polo Itaucu (Oeiras do Pará), polo Santino (Oeiras do Pará), polo Piriá (Curralinho), polo Canaticu (Curralinho) e polo Nova Jerusalém (Curralinho). Devido ao fato dos criminosos escolherem regiões isoladas e de difícil acesso, não é descartada a hipótese de haver outras unidades fraudulentas.

 

A operação foi realizada pela equipe de Oeiras do Pará e pela equipe da Superintendência do Baixo Tocantins - Abaetetuba. A equipe de Oeiras tomou conhecimento de que o suspeito participaria de um baile de formatura de uma das turmas do polo Itaucu no dia 21 de junho. Os policiais esperaram então o barco em que o suspeito estava atracar em Curralinho. Após um trabalho de vigilância, que se estendeu pela madrugada, foi realizada a abordagem pessoal do suspeito quando ele chegou na cidade. Com o suspeito foram encontrados certificados de conclusão de curso falsos, boletos em nome da UNIP, becas, canudos de formatura, computadores, entre outros itens.

 

“Um fato interessante a ser ressaltado é o ambiente que o suspeito conseguiu criar não só entre os alunos, mas também entre os professores. afinal de contas, os alunos participavam de semanas acadêmicas, de jornadas acadêmicas, encontro entre polos, participavam e realizavam Trabalho de Conclusão de Curso para poder se formar. Tudo isso contribuiu para que as falsas unidades criassem um respaldo de legalidade, um certo ar de legalidade”, complementou o delegado.

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